Ontem, aos 101 anos de idade, Tomie Ohtake fez a passagem deste plano para o espiritual, mas em sua jornada aqui na terra, nos presenteou com suas artes. Por vários momentos, tive a oportunidade de estar em contato com sua obra. Recentemente, estive no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, para visitar a exposição do Salvador Dalí, onde aproveitei para ver algumas de suas obras lá expostas.
Na minha série de pôsteres,
Deconstructing Women (a luta da mulher), Tomie foi uma das 25 mulheres homenageadas.
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Deconstructing Tomie, Arte Digital & Xilogravura (2011) |
No descritivo do trabalho, assim escrevi sobre ela:
“Tomie Ohtake nasceu no Japão, mas foi no Brasil que ela se tornou a grande artista reconhecida mundialmente e uma das principais representantes do abstracionismo informal. Ela é multifacetada e suas obras incluem não apenas pinturas, mas também gravuras e esculturas.
É uma artista com uma incrível capacidade de se renovar e de sempre trazer inovações às suas obras. “Sua poética ao invés de declinar, germina em outras direções e aos 89 anos, de Tomie Ohtake pode-se dizer que o outono cede espaço à primavera”.
Sua pintura é um mergulho profundo na relação forma-cor. Uma mistura orgânica de formas, da natureza e da cor; de manchas, transparência e profundidade que se transformam em imagens únicas e de extraordinária beleza e que invade também suas gravuras.
Como gravurista, Tomie cresceu mais ainda como artista, trazendo experimentações para uma técnica que atravessou séculos. Em 1972, ela foi convidada para a Bienal de Veneza, na sala Grafica D’Oggi, que contou com vários outros artistas internacionais, como os estadunidenses da Pop Art. Em 1978, participou também da Bienal da Gravura de Tóquio.
“A obra de Tomie Ohtake, como trajetória íntegra e integral, tem enfrentado o desafio de construir um tempo reconciliado entre a sabedoria de uma tradição e a experiência visual do sujeito moderno. Sua obra parece buscar em nosso olhar um haicai perdido”100
Desde então, Tomie alcançou grande popularidade nas artes plásticas. É uma artista que inovou e continua em constante transformação e a conquistar admiração e respeito por onde passa.”
Trecho de: “Deconstructing Women (a luta da mulher)” Christian de Sousa.
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Coincidentemente, a imagem que postei domingo passado na sessão Photo of the Week, deste blog, foi de uma obra da Tomie Ohtake, que intitulei de
Tomies I, pois faz parte de uma série de fotos que serão postada nos próximos domingos.
Obrigado, Tomie por ser uma inspiração para todos nós, artistas e designers.
Red Kisses,
Chris, The Red