Diante de todos estes pontos até agora apresentados, o que busco neste trabalho de conclusão de curso, como designer e artista, é também fazer com que a minha obra tenha seu aspecto questionador, apresente um tema de relevância no contexto histórico atual e, por consequência, seja um agente transformador do mundo.
Além disso, trazer ao futuro público das obras a serem criadas ao final deste trabalho, minha visão sobre este assunto: a luta das mulheres por direitos iguais aos dos homens.
Ao longo dos anos, a luta da mulher pelo seu espaço em uma sociedade essencialmente machista é uma constante. Nos mais diversos campos de atuação, várias mulheres têm se destacado, tornando-se símbolos desta luta e ícones de várias gerações. No entanto, mesmo depois de anos do início da revolução feminina e de várias conquistas, a mulher ainda luta para ser respeitada e ter direitos iguais ao homem.
De acordo com estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU) no relatório The World's Women 2010 - Trends and Statistics14:
- Mulheres estão extremamente sub-representadas entre os pesquisadores mundialmente: elas constituem apenas um quarto do total e representam menos da metade de pesquisadores em todas as regiões e em 101 dos 115 países.15
- Poucas mulheres fazem parte dos conselhos científicos: o número de mulheres é ainda pequeno nos níveis mais altos das instituições científicas - incluindo conselhos, financiamento e outros órgãos decisórios. Mulheres têm menos chance de serem escolhidas para os cargos superiores destas instituições, incluindo cargos de influência em conselhos científicos. A proporção de mulheres presidindo conselhos científicos é menor que 50% em todos os 27 países, variando entre 49% na Suécia e 4% em Luxemburgo. Com exceção de 7 países, a proporção é menor que 30%.16
- A proporção de mulheres na força de trabalho está muito longe da paridade em muitas sub-regiões: esta proporção dá uma indicação da extensão do acesso da mulher ao mercado de trabalho em relação aos homens. O valor de 50% indica paridade de gênero. No entanto, a maior parte das regiões estão longe de alcançar esta paridade, porém tem havido progressos na América Latina e no Caribe. Nestas regiões, o aumento da participação das mulheres na força de trabalho, juntamente com uma diminuição correspondente na participação dos homens, levou a um aumento substancial da quota de mulheres. Embora ainda longe de atingir paridade com os homens, as mulheres na América Latina e no Caribe já não estão muito aquém das mulheres em outras regiões. Na América do Sul, as mulheres constituem agora 44% da força de trabalho, em 1990, a porcentagem era de apenas 33%. Na América Central, as mulheres correspondem a 37%.17
- Tipos de ocupações variam consideravelmente entre regiões e entre os sexos: ao longo dos anos, as mulheres têm ocupado várias funções que antes eram delegadas aos homens. Contudo, elas ainda são raramente empregadas em trabalhos com status, poder e autoridade.18
- A disparidade salarial persiste em todos os lugares: as restrições ao acesso de dados e métodos dificultam uma análise global e abrangente das diferenças salariais entre homens e mulheres. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) reconhece que os salários das mulheres representam entre 70 e 90 por cento dos salários dos homens na maioria dos países.19
- Chefes de Estado ou de Governo: poucas mulheres alcançaram o cargo máximo de poder de um governo. se para a primeira posição de poder dentro de seu governo. O número de mulheres chefes de Estado ou de Governo revela que estas posições são ainda imperceptíveis. Apenas sete dos 150 chefes de Estado eleitos no mundo são mulheres, e apenas 11 de 192 governos são chefiados por mulheres. O número de mulheres chefes de Estado ou de Governo em 2009 era de 14, contra 12, em 1995.20
- Mulheres estão expostas a violência física durante toda a sua vida: a violência física contra a mulher durante a sua vida é expressa como uma percentagem de mulheres, em relação ao número total de mulheres, que sofreram, pelo menos uma vez na vida, algum tipo de agressão (geralmente, após os 15 anos de idade). A proporção de mulheres expostas à violência física em sua vida varia de 12% na China, Hong Kong; 13% no Azerbaijão; para cerca de 50% ou mais na Austrália e em Moçambique (48%), República Checa (51%) e Zâmbia (59%).21
Esses dados são apenas uma pequena parte do cenário apresentado pelo relatório. Houve conquistas, mas ainda há muito a ser conquistado. Como declara o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon:
Muitas conquistas, no sentido de garantir o estatuto de igualdade entre homens e mulheres, têm sido feito em muitas áreas, incluindo, matrícula escolar, saúde e participação econômica. Ao mesmo tempo, muito mais ainda precisa ser feito, em especial, para diminuir as diferenças de gênero na vida pública e para evitar as muitas formas de violência a que as mulheres estão sujeitas.22
O dia 08 de março é um lembrete a todos que atitudes precisam ser mudadas. Que é inconcebível continuarmos vivendo em um mundo onde as mulheres sofrem tanta violência. E então, não precisaremos mais de uma data para lembrarmos do que precisa ser feito, mas para comemorarmos a vitória e uma nova realidade.
Red Kisses,
Chris, The Red
Para ver o TCC completo: http://www.thered.com.br/deconstructingwomen.html
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